AULA 08: Álbum - Parte 1

01-07-2016 02:05

Na aula de hoje falaremos tudo que sua banda deve saber quando gravarem seu álbum de trabalho, como regravações, tributos, EPs, Singles, oficiais, a gravação em si, divulgação, datas de lançamento e tudo mais que envolve esse processo.

Você sabia que no álbum Nightmare inicialmente algumas músicas não se chamavam como as conhecemos hoje em dia. "Fiction" se chamava "Death", "God Hates Us" se chamava "Total Nightmare", "Danger Line" se chamava "Military Death", "Save Me" se chamava "Bad Men", "Tonight The World Dies" se chamava "Avenged In Chains", "Natural Born Killer" se chamava "Reagan Blast", e "Buried Alive" se chamava "One". Além dos nomes totalmente diferentes que mudaram para melhor ao meu ver, todos os CDs da banda foram lançados de terça-feira, o motivo disso não sabemos.

Já Sounding the Seventh Trumpet foi gravado com o orçamento de apenas R$2.000,00 dólares. Quando os integrantes da banda chegaram ao estúdio, The Rev gravou todas as faixas de bateria de uma só vez e os outros músicos acrescentassem suas partes a aquilo que ele havia gravado previamente. Zacky Vengeance tocou guitarra solo nas faixas originais. Quando Synyster Gates se juntou à banda o álbum foi relançado com ele tocando em To End The Rapture. Todas as outras faixas permaneceram como no original.

Ou seja, até o A7X passou por muitos perrengues para lançar seus àlbuns, mas não se preocupe, explicaremos cada etapa do processo de criação e lançamento.


CAPA X PREÇO

Na hora de pensar na fabricação a primeira preocupação é o custo disso tudo, pensando em fazer um CD com arte e embalagem simples, para ficar mais barato ou investir pesado no melhor? As duas opções são válidas, mesmo com diferenças gritantes de preço. No entanto, o público precisa entender a proposta visual e enxergar conexão com o som do artista para saber qual experiência musical terá a partir da capa.


PRENSAGEM X DUPLICAÇÃO:

No processo de produção, nos deparamos com duas formas de fabricação de CDs: prensagem e duplicação. 

Na prensagem, a fábrica contratada produz em escala industrial uma série de unidades em mídia, produzida especialmente pela empresa, e insere dados sobre a fabricação e propriedade intelectual da obra (como o código ISRC das faixas). 

Na duplicação, se faz o que chamamos de queima dos arquivos de áudio em um determinado número de CD-Rs (gravação com programas como Nero ou CD Burner por exemplo), produzidos por outro fornecedor, sem inserir dados, assim os músicos produzem um número reduzido de cópias, já que as fábricas sempre trabalharam com tiragens mínimas de mil. No entanto, algumas já aceitam pedidos de prensagem para lotes de 500 unidades.


SINGLES X EPs

São formas diferentes de gravar um CD porém são mais complicados de vender que um álbum comum.

O single consiste na venda e divulgação de uma única música, enquanto o EP é um formato intermediário em relação ao álbum, tentando transmitir uma mensagem específica, cujo número de faixas é reduzido e fica a critério do artista. No entanto, o preço de fabricação desses formatos é equivalente ao de um álbum, o que também afeta o valor a ser cobrado de quem irá comprá-lo, além de serem raros em lojas físicas.

Caso você opte por produzir um deles, investa em um lançamento digital nas principais plataformas (que ensinarei mais detalhado na próxima aula), fazendo um número reduzido de cópias para venda em shows ou outros locais.


PRAZOS

Ao produzir um CD você está sujeito ao cronograma da fábrica e dos demais envolvidos na liberação e no lançamento. Planeje tudo com a maior antecedência possível. Um bom prazo para envio do disco para a fábrica é de 45 dias antes do lançamento, em média. 

Já a divulgação pode ser meses antes. Se já for um artista com grande reconhecimento, o contato com a imprensa deve começar com 30 dias de antecedência. 

E um dos mais importantes, caso você precise de liberação de músicas que não são de sua autoria, é bom iniciar o processo de licenciamento com a editora ou próprio compositor dois meses antes da data prevista de lançamento, para ver todos os direitos do mesmo.


EMBALAGEM:

As fábricas oferecem diferentes tipos de embalagem que variam de acordo com os materiais utilizados. Os principais são de caixa acrílica (o formato mais comum), o Digipack (acabamento externo em papelão com encaixe para o CD em plástico), o Digifile (acabamento externo e encaixe para CD em papelão) e o envelope simples em papelão.



(CD em Caixa acrílica do A7X)


(Digipack do Metallica)


(Digifile)


(Envelope)


Caso você pretenda vender seu CD em lojas ou pequenos comércios, não escolha o formato envelope, por diversos motivos, entre eles a facilidade de perda. A maioria das vezes esse é usado para divulgações em shows ou eventos.


LICENCIAMENTO DE MÚSICAS: 

Se você vai gravar músicas que não são de sua autoria, você precisa fazer o que chamamos de licenciamento, que é entrar em contato com o músico ou editora que ele faz parte para pedir a liberação da obra para não ter problemas na justiça. 

Com o compositor você pode negociar, já as editoras cobram valores fechados para a inclusão de obras, levando em conta a quantidade de CDs que serão fabricados e por onde serão distribuídos. Caso você precise fazer uma nova tiragem, ou seja fabricar mais álbuns, será necessária uma nova autorização e um novo pagamento. 

Importante: Como as obras tem dono, há risco de vetarem seu uso caso não haja um acordo, dessa forma você é proibido de utilizar.


REGRAVAÇÕES:

Também deve ser feito o licenciamento, mas nesse caso você deve entrar em contato com o compositor da obra, mas antes de ir atrás do criador da música você deve pesquisar a situação cadastral de obras musicais das oito entidades ligadas ao ECAD. Uma delas, que tem um banco de dados aberto e altamente acessível é a UBC, em que se pode fazer uma busca por título da obra, nome do autor e intérprete, inclusive de obras estrangeiras. Acesse e consulte aqui o da UBC.

Outra forma de consulta é a partir do ISWC (International Standard Musical Work Code), um código internacional que representa uma criação musical, diferente do ISRC que é por fonograma (gravação). Esse código é gerado a partir do cadastro da obra no ECAD. Para consultar, acesse o site aqui.


CÓDIGO DE BARRAS:

Qualquer tipo de álbum necessita de um código de barras, mesmo que seu lançamento seja apenas digital ou de forma gratuita.

O código usado se chama EAN-13, que contém 13 algarismos. Há agências que licenciam empresas para emitir esse código.


NOME DA BANDA X NOME DO CD NA CAPA

Não importa quantos àlbuns você lance, o nome do artista e banda junto com um nome de CD é essencial (A não ser que for como do A7X, o Self-Titled, onde o nome do álbum é igual do artista).

A dúvida maior é a posição de ambos os nomes na capa, por isso, geralmente e para melhor visualização, o nome pode ficar na parte superior da capa, para facilitar a identificação nas prateleiras e gôndolas.


CONTRACAPA

Se o CD for profissional mesmo, na contracapa você deve colocar informações como o produtor do disco, participações especiais ou compositores de cada canção, pois quem nunca te ouviu ao pegar o álbum e ver por exemplo o fato de ter a participação de um artista que ele goste, pode te ajudar a ter um novo fã.