Avenged Sevenfold relembra The Rev: "Ele nunca deixou de criar músicas que tocaram minha alma"

 

 Por Joe Daly.

METAL HAMMER.

Publicado em 10 de março de 2020.

 

Ele era um visionário, ele era um encrenqueiro... mas, por baixo de tudo, ele era um homem que simplesmente amava criar. Dez anos após a morte do membro mais amado do Avenged Sevenfold ter chocado o mundo do metal, exploramos a vida e o legado de The Rev.

 

(Crédito da imagem: John Mcmurtrie)

 

James Owen Sullivan nasceu em Tustin, Califórnia, em 9 de fevereiro de 1981, e sua família logo se mudou para a idílica cidade litorânea de Huntington Beach. Ele passou seus primeiros dias na praia, praticando bodyboard com suas duas irmãs, praticando movimentos da WWE em seu quarto e, claro, batendo com força nas panelas e frigideiras de sua mãe. Era quase como se ele sentisse seu chamado desde o início...

 

“Ele era o garoto mais feliz que você já viu na vida”, lembra sua mãe Barbara. “E tudo era engraçado! Quando ele estava crescendo, você tentava repreendê-lo, mas ele ria tanto que era muito difícil dizer para ele parar. Você dizia: 'Pare com isso, isso não tem graça!' e ele dizia: 'É engraçado para mim !' Ha ha ha!” Esse charme malandro e essa veia rebelde e impetuosa viriam a definir o jovem, que um dia seria chamado de 'The Rev'.

 

Com seu corte de cabelo estilo tigela e figura desengonçada, Jimmy (chame-o de "James" por sua conta e risco), causou uma forte primeira impressão. O futuro baixista do Avenged Sevenfold, Jonathan Lewis Seward, também conhecido como Johnny Christ, tinha apenas cinco anos quando conheceu The Rev, que era amigo dos irmãos mais velhos de Johnny. "Ele era como um cara magro, alto e desengonçado e era selvagem!", ele relembra. "Logo de cara você podia dizer que ele tinha uma tonelada de energia e que queria destruir merda! Ha ha ha!"

 

Jimmy teve uma criação bem comum; ele ia para a escola, ficava na praia e praticava esportes na maior parte do ano. “Jimmy era um atleta tremendo”, diz seu pai, Joe. “Quando criança, ele realmente amava basquete, cara.”

 

Ao longo de sua vida, Jimmy desfrutou do apoio inabalável de seus pais em uma extensão que é rara e tocante. Quando ele tinha cinco anos, sua obsessão por tocar tambores em garrafas na banheira levou seus pais a matriculá-lo em aulas de bateria. Mais do que um compromisso financeiro, sua mãe o levava de carro por uma hora para ir e voltar de sua professora, Jeanette Wrate, várias vezes por semana. "Ela era de Hermosa Beach, que era uma longa caminhada daqui", diz Barbara. "Mas ela era tão boa assim. Você pode ver os resultados; ele era um baterista fenomenal. Ficamos com ela até o ponto em que ela olhou para ele e disse: 'Não tenho mais nada para lhe ensinar.'

 

Avenged sabe como festejar, mas The Rev poderia festejar melhor que todos eles (Crédito da imagem: Getty)

 

Qualquer um que prestasse atenção podia ver que Jimmy possuía um nível de talento anormal. Havia algo em seu estilo, mesmo naquela época, que o diferenciava não apenas de seus contemporâneos, mas também de músicos mais velhos e experientes. 

 

Praticando obsessivamente padrões de caixa, paradiddles e kickwork complicado, Jimmy evoluiu para um músico confiante e versátil, que conseguia passar sem esforço da agressividade de estalar o pescoço de uma música do Slayer para os estilos diferenciados e vanguardistas do Mr. Bungle . 

 

O futuro guitarrista Brian Elwin Haner Jr, também conhecido como Synyster Gates , conheceu Jimmy na marcenaria da oitava série – mas não foi bem um bromance à primeira vista. “Eu não gostei dele no começo”, Syn nos conta com uma risada. “Ele era barulhento, louco e brincava com todo mundo. Mas definitivamente um cara carismático.”

 

O sentimento era aparentemente mútuo, e foi somente depois que eles começaram a brigar na sala de aula que eles finalmente se conheceram — na detenção. Percebendo que compartilhavam o amor pela música pesada, eles não perderam tempo. 

 

“Meu irmão era baterista, então voltamos para minha casa e tocamos no kit dele, e eu fiquei impressionado pra caralho”, diz Syn. “Eu nunca tinha ouvido uma bateria tão boa em fita ou CD naquela época. Esse cara era de outro nível. Acabei descobrindo que ele estava tocando coisas do Dream Theater e outras merdas que eu nunca tinha ouvido falar antes — coisas que realmente me deixaram de queixo caído. Nós simplesmente nos demos bem ali.”

 

Naquela época, Jimmy já havia forjado uma reputação como um cronometrista muito valorizado, tocando em bandas de trabalho com crianças mais velhas. Então, quando seus amigos, o guitarrista Zachary James Baker (Zacky Vengeance) e o cantor Matthew Charles Sanders ( M Shadows ), formaram uma banda chamada Avenged Sevenfold, Jimmy não tinha pressa em se juntar a eles. 

 

Shadows relembra: “Quando estávamos começando nossa banda, queríamos muito que ele tocasse, mas ele estava tocando com caras do ensino médio e mais velhos [idades 14+], e nós estávamos na sétima e oitava séries [idades 12-14]. Ele não tinha tempo para nós porque ele era muito avançado musicalmente. 

 

The Rev se apresenta durante o Extreme Thing Festival no Desert Breeze Park, 2006(Crédito da imagem: Ethan Miller/Getty Images)

 

Ele estava tocando Pantera e Slayer nota por nota. Nós nem sabíamos como obter a nota fonte na guitarra. Mas quando ficamos sérios e tentamos fazer nossa coisa, ele disse, 'OK, vamos tocar juntos e ver o que acontece.'" O resto, como dizem... bem, você sabe.

 

Conforme 2000 chegava ao fim, a banda foi gravar sua estreia, mudando-se para o infame estúdio Westbeach Recorders, de propriedade de Brett Gurewitz, do Bad Religion, e tendo abrigado sessões de gravação da NOFX e Rancid . Para alguns dos caras, foi um verdadeiro batismo de fogo. Zacky diz: "Eu nunca tinha tocado uma guitarra afinada na minha vida! Ha ha! Quando me mostraram um afinador no estúdio, fiquei impressionado."

 

Se houvesse alguma dúvida persistente sobre a imensa escala do talento de Jimmy, elas foram esmagadas para sempre quando ele acertou suas partes de bateria em uma tomada . “Ele apareceu no estúdio e simplesmente se soltou”, diz Zacky. “Ainda acredito que essas foram algumas das nossas baterias com melhor som.”

 

Sounding The Seventh Trumpet não criou um sucesso da noite para o dia para os caras, mas foi um passo confiante para frente, com sua produção crua e seus erros e toda a urgência. Quando eles precisaram de um novo baixista para terminar a turnê de apoio, Jimmy conhecia o cara. Johnny Christ se lembra de ter recebido a notícia. 

 

“Recebi uma ligação dos garotos – especificamente Jimmy – e ele disse, 'Você quer tentar o show e sair na estrada com a gente?' Eu disse, 'Porra, sim! Vamos fazer isso.' Isso foi quando eu tinha 18 anos, e perto do fim daquela temporada de duas semanas, entrei para a banda. Na estrada, todos nós nos tornamos irmãos. Simplesmente fez sentido imediatamente.”

 

Um pianista talentoso, Jimmy conseguia traduzir sem esforço melodias maravilhosas em sua cabeça em composições grandiosas em um teclado. Era como ele processava sua inspiração para compor. Com essa visão em mente, ele convidou Syn para colaborar em um projeto paralelo chamado Pinkly Smooth, e depois de alguma hesitação inicial, Syn estava dentro. 

 

Pinkly Smooth lançou seu único álbum – o subestimado épico de prog-metal Unfortunate Snort – em 2001. “Jimmy criou a melodia para a ponte na [ faixa de Unfortunate Snort ] Mezmer ”, diz Syn, “e soou brilhante pra caramba e eu perdi a cabeça. Isso me excitou como nada mais tinha feito até aquele ponto da minha vida. Ali mesmo eu soube que tínhamos uma obra-prima em nossas mãos. Ele nunca deixou de criar música que tocou minha alma.” 

 

 Sempre tocando bateria: Shadows, Synyster Gates e The Rev nos bastidores da Vans Warped Tour, 2005(Crédito da imagem: Getty)

 

O golpe duplo de Waking The Fallen de 2003 e City Of Evil de 2005  estabeleceu o Avenged Sevenfold como herdeiros legítimos do trono do heavy metal, e essa investida de sucesso trouxe consigo todas as armadilhas lendárias do estrelato do rock. Ninguém era mais adequado a esse estilo de vida do que Jimmy. 

 

“Ele era como um ímã e tinha aquela personalidade, onde você sempre quer levar as coisas ao limite”, diz Shadows. “Fazíamos turnê com todas essas outras bandas e todos diziam: 'The Rev é a pessoa mais louca que já conheci. Ele é simplesmente insano.' Ele era simplesmente selvagem.”

 

Uma noite típica com Jimmy geralmente terminava até bem tarde na manhã seguinte e até mesmo seus companheiros de banda tinham dificuldade em acompanhar. "Ele sempre fazia questão de me tirar da minha concha", diz Zacky. "Ele me pegava em uma limusine e íamos a um jogo de beisebol — ele amava o [New York] Yankees — e então ele voltava para minha casa e era tipo, 1 da manhã, e eu dizia, 'Obrigado, cara, isso foi demais! "

 

Eu provavelmente deveria ir para a cama...' e ele dizia, 'Não. Estou entrando.' Ele ficava tocando piano, criando melodias, falando sobre filosofia e música, e sempre terminava às seis da manhã com um grande abraço enquanto o motorista da limusine ficava sentado lá esperando, acumulando sabe-se lá quanto de uma conta..."

 

No palco, Jimmy era um tornado, baquetas girando, bumbos disparando e cabelos balançando descontroladamente enquanto ele batia em seu kit. Ele até inventou uma técnica de assinatura – o double ride – onde ele batia em dois pratos ride em rajadas curtas e aceleradas para empurrar o andamento de uma música. Você pode ouvir isso na marca de 25 segundos de Almost Easy , do álbum autointitulado de 2007, também conhecido como The White Album

 

Olhando para trás em suas contribuições gerais para o Avenged Sevenfold, é inacreditável que seu maior talento não era sua bateria, mas suas composições. Ironicamente, embora considerado o rebelde residente da banda, há um acordo entre os caras de que, inicialmente, Jimmy se sentiu nervoso em compor para o Avenged. 

 

“Ele sempre foi inseguro sobre escrever para a banda”, diz Syn. “Era a única insegurança que eu nunca notei nele. Finalmente ele começou a escrever, e obviamente A Little Piece Of Heaven lembra Pinkly Smooth e outras coisas, como Afterlife e Almost Easy e Brompton Cocktail – esses foram sucessos de rock pesado para mim. Eles eram brilhantes! O cara podia fazer qualquer coisa.”

 

Ao que tudo indica, The Rev (uma versão abreviada do apelido que ele mesmo deu, "The Reverend Tholomew Plague") era um amigo extremamente leal, sem nenhuma má intenção, mas também não era um anjo. 

 

“Eu ficava constantemente preocupada com a bebida dele”, diz Barbara. “Ele bebia demais. E eu ficava preocupada com ele se metendo em brigas de bar, o que ele fez.” Um exemplo infame envolveu Jimmy sendo preso após uma briga no lendário pub Crobar após a estreia do Avenged em Londres em 2004. A banda mais tarde contaria calorosamente como Jimmy teve que fazer um show na Alemanha no dia seguinte – recém-saído da prisão e ainda coberto de spray de pimenta.

 

 Shadows e The Rev: melhores amigos(Crédito da imagem: John Mcmurtrie)

 

Mas, com a fama e o sucesso financeiro, vêm novas responsabilidades, e na esteira do The White Album, os caras começaram a diminuir seus hábitos hedonistas. O que não quer dizer que eles pararam de se enfurecer, mas que o fizeram um pouco menos. Jimmy, no entanto, manteve o pé no acelerador e isso ficou evidente.  

 

“Nós o vimos ganhando muito peso,” explica Syn. “Então, número um, sabíamos que ele não estava usando cocaína, sabe? E número dois, éramos um pouco ignorantes sobre as drogas exatas que ele estava tomando. Ninguém na banda gostava disso, então ele estava vivendo em um mundo diferente. Nós ainda nos víamos o tempo todo, mas estávamos preocupados, sabe?”

 

Johnny relembra: “Ele estava agindo diferente. Ele não era apenas o Jimmy divertido. Nós sabíamos que havia algo diferente, mas eu estaria mentindo se dissesse: 'Ah, sim, ele estava fazendo isso ou aquilo.' Nós não sabíamos de tudo isso.”

 

A banda tentou dar a Jimmy a ajuda de que ele precisava. Shadows revela que Jimmy entrou na reabilitação mais de uma vez. "Ele foi para a reabilitação várias vezes. Eu o perseguia o tempo todo sobre as drogas e eu deveria ser evitado, de certa forma, porque eu o chamava e minha esposa também. Muitas pessoas que realmente admirávamos o apoiavam e o ajudavam. 

 

"Então, uma vez, estávamos jantando com ele e um monte de coisas caiu do bolso dele bem na nossa frente. Então, tivemos uma intervenção com ele e o mandamos embora de novo, e foi só uma dessas coisas. Você só pode fazer isso até certo ponto e, eventualmente, algo assim iria acontecer."

 

No entanto, mesmo quando ele se aprofundou em seus vícios, ele fez contribuições significativas – tanto na bateria quanto na composição – para o que seria o álbum Nightmare . “Durante essas sessões, ele estava bem”, diz Syn. 

 

“Ele sempre foi um monstro tão criativo que isso nunca foi um problema.” Perto do fim das sessões de Nightmare , Jimmy entregou uma nova música para a banda chamada Fiction , que era um apelido que ele deu a si mesmo. Assustadoramente, o título original de trabalho era 'Death'.

 

Em 27 de dezembro de 2009, a banda compareceu à recepção do casamento de seu bom amigo Matt Berry. Jimmy tinha acabado de passar por uma cirurgia a laser nos olhos e brincou com todos os rapazes sobre como era bom finalmente "vê-los". A noite passou e, um por um, cada um dos rapazes encerrou a noite e foi embora. Nenhum deles percebeu que seria a última vez que veriam seu amigo.

 

Amigos de longa data, os Avenged eram mais como irmãos(Crédito da imagem: Getty)

 

Na manhã seguinte, a namorada de Jimmy, Leana, acordou e o encontrou sem resposta. Ela entrou em contato com a esposa de Shadows, Val. “Minha esposa me ligou”, diz Shadows, “e ela estava chorando e me contou o que aconteceu e que ela estava com ele. Acho que a namorada dele, Leana, ligou para Val antes de ligar para qualquer outra pessoa, e Val foi até lá e teve que identificá-lo para a polícia. Então eu tive que ligar para os pais dele e ficar no trânsito por cerca de quatro horas porque era hora do rush. Então foi bem brutal.”

 

“Foi horrível”, Barbara relembra. “Recebi a ligação de Matt. Val ligou para Matt e Matt me ligou, e eu honestamente pensei que ele estava me zoando. Eu ficava dizendo a Matt: 'Pare de enrolar'. Quando sua voz começou a falhar, eu sabia que ele falava sério. Jimmy tinha falecido.” 

 

Joe acrescenta: “Eu estava trabalhando em Los Angeles e então fiquei pensando sobre isso calmamente durante todo o caminho de volta para Huntington Beach, pensando: 'Cara, o que isso significa? O que vamos fazer?' Então tive que ligar para nossas meninas.”

 

Um por um, Shadows ligou para seus companheiros de banda. “Recebi uma ligação do Matt”, Zacky relembra, “e eu disse, 'Ei cara, tudo bem? Tudo bem?' E ele disse, 'Não', e então ele disse, 'Jimmy está morto.' Sim... foi uma merda...” A voz de Zacky começa a falhar com a emoção antes de ele continuar. “É uma loucura... Ainda é difícil falar sobre isso.”

 

A banda e seus amigos, junto com os pais de Jimmy, acamparam na casa de Shadows naquela noite, compartilhando histórias e muitas risadas de lágrimas. “O lado bom — se é que houve algum — foi o quão próximos isso nos trouxe”, diz Johnny. 

 

“Nós já éramos irmãos, mas o vínculo que isso criou era algo ainda mais forte. Com tudo acontecendo, nós nos postávamos na casa de Matt ou na casa de Brian ou na minha casa por uma noite. Por duas ou três semanas inteiras, não saíamos da casa um do outro. Nós apenas nos reuníamos quando as pessoas vinham para compartilhar suas condolências e trocar histórias sobre Jimmy.”

 

O relatório do legista declarou que Jimmy morreu de overdose de drogas, especificamente, 'intoxicação aguda por polidrogas devido aos efeitos combinados de Oxicodona, Oximorfona, Diazepam/Nordiazepam e etanol'. Em 6 de janeiro de 2010, Jimmy foi sepultado em uma cerimônia simples e privada, com Syn fazendo o elogio fúnebre. Estiveram presentes seus amigos e familiares, bem como membros da comunidade do metal, incluindo Vinnie Tuck e Matt Tuck.

 

The Reverend Tholomew Plague tocando no Leeds Festival em 22 de agosto de 2008(Crédito da imagem: Getty)

 

Enquanto a banda lutava com a ideia de continuar sem Jimmy, eles finalmente perceberam que a separação seria a última coisa que seu amigo desejaria. 

 

Eles lançaram Nightmare naquele verão, que alcançou o 5º lugar nas paradas do Reino Unido e o 1º lugar nas paradas da Billboard dos EUA. Mike Portnoy , do Dream Theater – um herói de longa data, influência para Jimmy e substituto no disco – preencheu a turnê que se seguiu como um tributo sincero ao The Rev e ao legado que ele criou. 

 

Arin Ilejay foi baterista do Avenged no Hail To The King e na turnê subsequente, e o ex- baterista do Bad Religion , Brooks Wackerman, é o baterista em tempo integral da banda desde 2015.

 

A banda honra a memória de Jimmy durante um tributo em vídeo em seus shows ao vivo – uma prática que Syn espera que eles continuem sempre. “Eu gostaria de mantê-lo lá”, ele diz. “Aquele era nosso melhor amigo. Aquele era nosso irmão. Nós nos conhecemos há muito tempo, e não poderíamos ter sido mais próximos, e não podemos ser mais próximos como uma banda. É quem o Avenged Sevenfold era.”

 

Os caras gostariam de pensar que Jimmy estaria orgulhoso da banda hoje. “Acho que ele ficaria empolgado”, diz Shadows. “Ele sempre teve prazer em lançar coisas malucas; discos malucos que dividem os fãs. Ele se divertia com isso. Sei que ele sempre se divertia tentando forçar os limites e continuamos fazendo isso.”

 

Jimmy Sullivan era um músico absurdamente talentoso, o mais amável dos canalhas e um amigo, filho e irmão profundamente apaixonado. E para seus fãs, ele era maior que a própria vida – um rockstar cativante e extremamente talentoso da mais alta ordem. 

 

Mas seus companheiros de banda acreditam que ele gostaria de ser lembrado não pelo que fez, mas por quem ele era. “Ele era compassivo, emotivo e um cara muito inteligente, e ele sempre era tão positivo”, diz Shadows. “Mesmo tendo seus próprios demônios, ele sempre foi um bom amigo e um cara que você gostaria de ter por perto.”

 

“Não acho que ele gostaria de ser lembrado por suas realizações”, diz Johnny. “Acho que ele gostaria de ser lembrado por suas histórias e por sua natureza selvagem e por todas essas coisas pelas quais nos lembramos dele, como irmãos. Jimmy era aquela personalidade que podia iluminar qualquer sala e ficar, e permanecer brilhante. Essa é a questão - sua estrela brilhou muito intensamente; ela simplesmente se apagou um pouco cedo demais.”

 

 

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